A importância da amamentação

#bem-estar - 25-08-2017

Rio de Janeiro, RJ (agosto de 2017) – De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 68% das crianças brasileiras são amamentadas na primeira hora de vida, 50% seguem mamando até completar o primeiro ano de idade e 25% são amamentadas até o segundo ano. Os dados colocam o país em posição de destaque em estudo recente publicado pela revista inglesa The Lancet – especializada na área da saúde –, que aponta o Brasil como um dos que mais vêm avançando em políticas de estímulo ao hábito de amamentar. Na Semana Mundial de Aleitamento Materno (de 1 a 7 de agosto), a médica Maria da Glória Neiva, diretora do Núcleo de Pediatria do Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, fala sobre a importância da prática.

“O leite materno é um alimento completo, pois é rico em sais minerais e contém todos os nutrientes fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê, além de ser melhor digerido do que os outros tipos de leite. Ele é capaz de suprir, sozinho, as necessidades nutricionais das crianças nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de proteínas, gorduras e vitaminas até o segundo ano de vida”, explica a médica, que enfatiza que, por possuir diversos fatores imunológicos que protegem contra infecções, nenhum outro alimento é tão eficaz para a saúde do bebê.

A especialista recorda a indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de alimentar os bebês exclusivamente com o leite humano e, somente depois de seis meses, oferecer nutrição sólida, como frutas e papinhas. “É de extrema importância que os pais recebam e as famílias sigam essa orientação, pois o leite materno traz numerosos ganhos, como a evolução do desenvolvimento motor e cognitivo. Sem falar que estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatites e de outros problemas, como a asma brônquica”, pontua.

A pediatra ressalta, ainda, que as crianças amamentadas costumam ter seu peso dobrado do nascimento até os seis meses de vida. “Se seu filho está ganhando peso adequadamente com o leite materno, então está recebendo nutrientes suficientes. É normal que ocorra uma perda de peso nos primeiros quatro dias após o nascimento. No entanto, o bebê vai recuperar o que perdeu em até 15 dias. O normal é que a criança ganhe, em média, 200 gramas a cada semana”, enfatiza.

Outra questão que a médica destaca é a falsa ideia de que a amamentação só é benéfica para os bebês. A especialista menciona um estudo publicado no American Journal of Obstetrics, que coloca a amamentação como protetor natural da mulher contra o desenvolvimento de síndromes metabólicas, como doenças cardíacas e diabetes, após a gravidez. “Outro benefício é o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho. Acreditamos que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, o ‘olho no olho’ e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos”, enfatiza.

Dicas rápidas da especialista:

– Não tenha receio de amamentar seu bebê exclusivamente com o leite materno até os seis meses. Todo leite materno é forte e adequado para o crescimento e o desenvolvimento do bebê;

– Ofereça o leite sempre que o bebê solicitar, independente do horário, pois é a melhor forma de mantê-lo bem nutrido. Quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá;

– Evite bicos, chupetas, chuquinhas ou mamadeiras. Todos esses produtos prejudicam a amamentação, podem causar infecções, prejudicar a fala e deformar a arcada dentária da criança;

– Não fique com dúvidas! Pergunte e siga a orientação do pediatra que acompanha o seu bebê.

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