Asma, rinite, gripe e cia: aproveite o inverno sem ficar doente

#bem-estar - 25-08-2017

Quem tem histórico de alergia respiratória sofre particularmente nesta época. O clima seco favorece a concentração de poluentes, ao passo que o frio agride a mucosa por onde o ar passa, tornando-a mais sensível à ação dos agentes que desencadeiam o problema. Somado aos ácaros que saem do armário, nos agasalhos de lã e cobertores, a probabilidade de uma crise aumenta muito.

Mesmo os indivíduos que não têm predisposição alérgica dificilmente passam pelo inverno com a saúde intacta, já que estão à mercê das infecções. Isso porque a baixa umidade também dificulta a dispersão de micro-organismos, como vírus e bactérias causadores de gripe, resfriado e pneumonia. Sem contar que a sensação térmica favorece a aglomeração de pessoas e a permanência em ambientes fechados, facilitando a contaminação.

Exagero imunológico

A alergia nada mais é do que uma reação exacerbada do sistema de defesa do organismo a determinado fator que não é potencialmente nocivo, como mofo, pelos de animais, partículas de insetos ou ácaros, por exemplo. “Estes últimos costumam ser os principais vilões do inverno para os alérgicos, nas regiões em que as estações são bem definidas”, avisa o Dr. Marcelo Tayah, infectologista do Americas Serviços Médicos.

“Ao entrar em contato com o fator alérgeno, o sistema de defesa fabrica anticorpos batizados de imunoglobulina E. Eles, por sua vez, estimulam células chamadas mastócitos a liberar histamina — uma substância que provoca os sintomas típicos”, resume o médico.

Nos pacientes asmáticos, são os brônquios que inflamam e se estreitam, ocasionando a falta de ar e a tosse. Já no caso da rinite, o alvo do processo inflamatório é a mucosa do nariz, o que deflagra congestão nasal, espirros, produção de muco e, não raro, fadiga e mal-estar.

Para piorar, esses quadros propiciam a proliferação de micro-organismos, abrindo a guarda para doenças infecciosas, como sinusite e pneumonia.

Sinal amarelo: quando é preciso consultar um médico?

Crianças pequenas, idosos, pessoas imunodeprimidas e asmáticos graves devem ter atenção redobrada e buscar uma avaliação profissional o quanto antes, para descartar complicações.

No entanto, a população geral não precisa correr para o pronto-socorro diante dos primeiros sinais, pois pode se tratar de um quadro viral simples. “Se o indivíduo estiver com febre baixa, congestão nasal e começo de tosse, por exemplo, o especialista poderá prescrever um fluidificante para o nariz e um antitérmico. Aí, basta fazer repouso, ingerir bastante líquido, alimentar-se bem e aguardar a evolução do seu estado em 48 horas”, ensina o Dr. Tayah. Ele alerta, porém, que, diante da persistência dos sintomas, febre alta, mudança na coloração do catarro (que se torna amarelado ou esverdeado), prostração ou apatia, é necessário recorrer ao especialista imediatamente. O motivo é que esses podem ser indícios de um problema mais grave ou de infecção bacteriana, que requer tratamento com antibióticos prescritos pelo médico.

Pausa nas crises

É possível dar um tempo tanto nas infecções como nas alergias respiratórias. Basta adotar alguns cuidados de prevenção. Confira as orientações do Dr. Marcelo Tayah:

-Lave bem as mãos, especialmente ao chegar da rua, depois de usar o banheiro e antes de se alimentar. Essa medida de higiene previne cerca de 60% das infecções evitáveis.

-Tome vacina contra a gripe. Algumas pessoas também devem receber imunização contra pneumonia, como aquelas cujo baço foi extraído cirurgicamente (que tendem a apresentar maior fragilidade imunológica), além dos idosos.

-Mantenha os ambientes bem ventilados e as superfícies dos móveis limpas com um pano úmido.

-Em dias muito secos, recorra a um umidificador de ar (que deve ser desligado após curtos períodos de uso); Vale, também, colocar uma toalha úmida na cabeceira da cama ou uma bacia com água no quarto.

-Evite usar aquecedor nos dias de baixa umidade, pois ele resseca o ambiente. O mesmo se aplica ao ar condicionado, que, ainda por cima, compromete a circulação, mantendo poluentes e micróbios em suspensão.

-Faça inalação com soro fisiológico, sempre que julgar necessário, para fluidificar as vias aéreas.

-Tente se manter longe dos fatores que predispõem a alergias. Caso tenha dificuldade de identificar o gatilho, o médico poderá solicitar um teste simples, em que partículas dos alérgenos mais frequentes são injetadas na pele, para verificar quais delas desencadeiam uma reação.

-Se você é alérgico, considere abrir mão de carpete, cortinas, bichos de pelúcia no quarto das crianças e outros objetos que acumulem poeira, além de evitar contato com pelos de animais de estimação.

-Lembre-se de que produtos de limpeza, fumaça de cigarro, tinta, verniz, cera e certos perfumes irritam a mucosa respiratória, propiciando crises alérgicas.

-Lave agasalhos e cobertores antes de usá-los e seque-os ao ar livre.

-Caso os episódios de alergia continuem frequentes, converse com seu médico sobre a possibilidade de adotar medicamentos preventivos, como os da classe dos inibidores de leucotrieno, que diminuem a reatividade do organismos aos fatores alergênicos.

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