HPV em meninos: Ministério da Saúde amplia cobertura da vacina

#bem-estar - 25-08-2017

Desde janeiro deste ano, meninos de 12 e 13 anos já recebiam as doses no Sistema Único de Saúde (SUS). Em junho, porém, o Governo estendeu a oferta para a faixa etária entre 11 e 15 anos, tornando o Brasil o primeiro país na América do Sul a oferecer a proteção para esses jovens.

Com essa medida, anunciou que pretende imunizar 80% dos 7,1 milhões de garotos, além dos 4,3 milhões de meninas, de 9 a 15 anos. Eles devem receber duas aplicações da vacina quadrivalente, com intervalo de seis meses entre elas, a fim de prevenir os quatro tipos mais frequentes do vírus.

“Existem mais de 100 tipos de vírus do papiloma humano (HPV). Alguns deles infectam a região genital e são classificados em dois grandes grupos: o de baixo risco, que pode levar à formação de verrugas venéreas, e o de alto risco, de comportamento mais agressivo, capaz de evoluir para um câncer”, esclarece o Dr. Ronaldo Silva, oncologista e sanitarista, responsável pela área de prevenção e detecção precoce do câncer do Americas Centro de Oncologia Integrado (RJ).

A infecção persistente por esse tipo de HPV de alto risco na mulher tem, como consequência mais conhecida, o câncer do colo do útero. “Frequentemente, a pessoa entra em contato com o vírus e o elimina naturalmente. Mas, há casos em que ele persiste, provocando uma inflamação que, se não for tratada, tem potencial de evoluir para uma lesão pré-maligna e, posteriormente, para um câncer”, alerta o médico. Daí a importância do exame preventivo ginecológico, batizado de Papanicolaou.

No entanto, essa doença exclusivamente feminina não é a única ameaça relacionada ao tipo agressivo do micro-organismo. “Hoje, sabemos que os cânceres de pênis, de canal anal e de orofaringe também têm associação com a presença do vírus nos tecidos, em uma porcentagem que varia de 60% a 95%, de acordo a doença”, explica Silva.

Efeito dominó

Levando em conta que a adesão à vacina pelas meninas é menor do que 50% no Brasil, a imunização dos meninos não só diminuiria o risco futuro de câncer relacionado ao HPV entre eles, como evitaria que eles transmitissem o vírus para suas futuras parceiras não vacinadas, protegendo-as por tabela. Esse efeito indireto é conhecido como “imunidade em rebanho”, mas, para ser eficiente, é necessário que a cobertura vacinal seja superior a 50% da população.

Vale complementar que, além dos adolescentes, pacientes transplantados ou oncológicos, submetidos à quimioterapia e radioterapia, bem como portadores de HIV, entre 9 a 26 anos, também podem se vacinar contra o HPV na rede pública de saúde.

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