Células do pâncreas podem ajudar diabéticos

#bem-estar - 24-05-2016

A proteína utilizada para ajudar na reparação dos ossos também poderia forçar células pancreáticas a produzir insulina. Em breve, a descoberta pode ajudar as pessoas com diabetes tipo 1, fazendo com que elas produzam sua própria insulina sem ter que tomar injeções diárias.

Na diabetes tipo 1, as células betas do pâncreas que produzem insulina – que mantém os níveis de glicose no sangue a uma concentração segura – são destruídas pelo sistema imunológico. Como resultado, as pessoas com a doença precisam tomar injeções diárias de insulina.

Agora, pesquisadores descobriram que as células não-betas do pâncreas podem ser transformadas em células produtoras de insulina, apenas com a exposição a um fator de crescimento chamado BMP-7. “Nós estamos muito encorajados pela simplicidade da nossa descoberta”, disse Juan Domínguez-Bendala, diretor de desenvolvimento de células-tronco do Instituto para Pesquisa de Diabetes, em Miami, nos EUA.

Juan Domínguez-Bendala liderou a equipe com o colega, Ricardo Pastori, e descobriu por acaso, em outro experimento, que a BMP-7 faz com que as células pancreáticas segreguem quantidades muito elevadas de insulina. Intrigados, eles adicionaram o fator de crescimento a células pancreáticas que normalmente não produzem insulina e um grupo de células se formou, produzindo quantidades elevadas da substância, aumentando ainda mais quando expostas a glicose. Seria o esperado de células beta em indivíduos saudáveis.

Quando a equipe transplantou as células em ratos diabéticos, cujas células beta haviam sido destruídas artificialmente com um produto químico, elas agiram como saudáveis. Em última análise, a equipe espera injetar BMP-7 diretamente no pâncreas, para estimular a criação de novas células beta, junto com uma pequena quantidade de drogas imunossupressoras que interrompem a destruição de novas produções de insulina. “Se nós pudermos estimulá-las no corpo, será o grande potencial do estudo. Agora estamos tentando isso em ratos”, disse Domínguez-Bendala.

Outra possibilidade seria a criação de novas células beta do pâncreas a partir de exemplares doados, criando materiais capazes de proteger as células do sistema imunológico. Isso possibilitaria a implantação de uma estrutura gelatinosa no abdômen. As células doadas por pessoas falecidas já foram transplantadas em pacientes diabéticos através de um procedimento chamado de ‘protocolo de Edmonton’. No entanto, uma vez que as células beta compõem apenas 2% do pâncreas de um doador, elas só fornecem células suficientes para serem transplantadas em uma pessoa, mostrando que a demanda supera a oferta.

Embora alguns destinatários possam ser capazes de evitar injeções de insulina por uma década ou mais, o efeito das células se esgotam depois de dois anos e meio. No mínimo, Domínguez-Bendala espera que eles possam usar BMP-7 para converter as células 98% restantes do pâncreas de doadores em células beta, que, ele estima, tem o poder de fornecer células produtoras de insulina suficientes para serem transplantadas em sete pessoas.

A equipe acredita que a utilização da BMP-7 será menos arriscada do que outros tratamentos para a diabetes tipo 1, no futuro. Alasdair Rankin, diretor de pesquisa da ONG Diabetes UK, no Reino unido, disse que a melhoria da quantidade e viabilidade das células para transplante é um dos principais focos de pesquisa no mundo. “Este estudo descreve uma abordagem promissora em um campo excitante, mas levará alguns anos até sabermos sua eficácia na prática médica”, concluiu ele.

Fonte: New Scientist

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