A sepse mata uma pessoa por segundo no mundo, configurando uma das principais causas globais de óbito. Ela ocorre quando a infecção por determinado micro-organismos desencadeia uma resposta inflamatória exacerbada do nosso organismo, gerando uma série de manifestações, como febre, taquicardia, falta de ar, alteração de consciência e queda da pressão. Como consequência, diversos órgãos e sistemas são afetados, prejudicando seu funcionamento.
O risco de morte varia de 20 a 60%, de acordo com a gravidade do caso. Certos grupos de pacientes apresentam maior vulnerabilidade, principalmente aqueles internados em UTI, com algum grau de imunodepressão (pacientes transplantados, AIDS, utilização de medicamentos imunossupressores), ou que já apresentam alguma doença crônica, a exemplo de falência hepática, problemas cardíacos, pulmonares, renais, câncer, diabetes, entre outras.
Principais alvos
Os focos da infecção mais comuns são:
· Pulmões: pneumonia
· Abdômen: apendicite, peritonite, infecções biliares e hepáticas, diarreia infecciosa
· Rins e bexiga: infecções urinárias e renais
· Pele: feridas, celulite, erisipela, aberturas para introdução de cateteres e sondas e abscessos
· Sistema nervoso central: meningite
A doença pode ser classificada em dois estágios relacionados com a gravidade, que são:
Sepse: trata-se de uma disfunção orgânica potencialmente fatal, caracterizada por uma resposta desregulada a uma infecção. Os índices de mortalidade relacionados ao quadro são superiores a 10%.
Choque séptico: é uma forma grave da disfunção, em que ocorrem anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas severas, associadas a um risco de morte superior a 40%.
Quais são os fatores de risco?
· Hospitalização
· Predisposição genética
· Sistema imunológico debilitado
· Doenças crônicas: insuficiência cardíaca ou renal e diabetes
· Uso de drogas e álcool
· Ferimentos na pele, causados por trauma ou queimadura
É preciso agir rápido
A sepse é uma doença que requer um tratamento ágil e preciso. O ideal é identificar o foco infeccioso o mais precocemente possível, iniciando imediatamente o tratamento. Exames, como os de cultura, realizados por meio de sangue, urina e secreções, podem ser solicitados, na tentativa de auxiliar no reconhecimento do micro-organismo.
A introdução precoce de antibióticos, quando indicado, é fundamental. Além disso, episódios mais severos normalmente requerem internação na unidade de terapia intensiva, permitindo monitoramento e tratamento mais rigorosos.
É possível prevenir?
Alguns cuidados podem ser adotados, buscando minimizar o risco de contrair infecções:
· Lavar bem as mãos, frequentemente, com água e sabão
· Utilizar álcool em gel
· Manter o esquema de vacinação atualizado
· Não ingerir medicamentos, principalmente antibióticos, sem prescrição médica
· Em caso de doenças crônicas, realizar acompanhamento com especialista
Desde janeiro deste ano, meninos de 12 e 13 anos já recebiam as doses no Sistema Único de Saúde (SUS). Em junho, porém, o Governo estendeu a oferta para a faixa etária entre 11 e 15 anos, tornando o Brasil o primeiro país na América do Sul a oferecer a proteção para esses jovens.
Com essa medida, anunciou que pretende imunizar 80% dos 7,1 milhões de garotos, além dos 4,3 milhões de meninas, de 9 a 15 anos. Eles devem receber duas aplicações da vacina quadrivalente, com intervalo de seis meses entre elas, a fim de prevenir os quatro tipos mais frequentes do vírus.
“Existem mais de 100 tipos de vírus do papiloma humano (HPV). Alguns deles infectam a região genital e são classificados em dois grandes grupos: o de baixo risco, que pode levar à formação de verrugas venéreas, e o de alto risco, de comportamento mais agressivo, capaz de evoluir para um câncer”, esclarece o Dr. Ronaldo Silva, oncologista e sanitarista, responsável pela área de prevenção e detecção precoce do câncer do Americas Centro de Oncologia Integrado (RJ).
A infecção persistente por esse tipo de HPV de alto risco na mulher tem, como consequência mais conhecida, o câncer do colo do útero. “Frequentemente, a pessoa entra em contato com o vírus e o elimina naturalmente. Mas, há casos em que ele persiste, provocando uma inflamação que, se não for tratada, tem potencial de evoluir para uma lesão pré-maligna e, posteriormente, para um câncer”, alerta o médico. Daí a importância do exame preventivo ginecológico, batizado de Papanicolaou.
No entanto, essa doença exclusivamente feminina não é a única ameaça relacionada ao tipo agressivo do micro-organismo. “Hoje, sabemos que os cânceres de pênis, de canal anal e de orofaringe também têm associação com a presença do vírus nos tecidos, em uma porcentagem que varia de 60% a 95%, de acordo a doença”, explica Silva.
Efeito dominó
Levando em conta que a adesão à vacina pelas meninas é menor do que 50% no Brasil, a imunização dos meninos não só diminuiria o risco futuro de câncer relacionado ao HPV entre eles, como evitaria que eles transmitissem o vírus para suas futuras parceiras não vacinadas, protegendo-as por tabela. Esse efeito indireto é conhecido como “imunidade em rebanho”, mas, para ser eficiente, é necessário que a cobertura vacinal seja superior a 50% da população.
Vale complementar que, além dos adolescentes, pacientes transplantados ou oncológicos, submetidos à quimioterapia e radioterapia, bem como portadores de HIV, entre 9 a 26 anos, também podem se vacinar contra o HPV na rede pública de saúde.
Quem tem histórico de alergia respiratória sofre particularmente nesta época. O clima seco favorece a concentração de poluentes, ao passo que o frio agride a mucosa por onde o ar passa, tornando-a mais sensível à ação dos agentes que desencadeiam o problema. Somado aos ácaros que saem do armário, nos agasalhos de lã e cobertores, a probabilidade de uma crise aumenta muito.
Mesmo os indivíduos que não têm predisposição alérgica dificilmente passam pelo inverno com a saúde intacta, já que estão à mercê das infecções. Isso porque a baixa umidade também dificulta a dispersão de micro-organismos, como vírus e bactérias causadores de gripe, resfriado e pneumonia. Sem contar que a sensação térmica favorece a aglomeração de pessoas e a permanência em ambientes fechados, facilitando a contaminação.
Exagero imunológico
A alergia nada mais é do que uma reação exacerbada do sistema de defesa do organismo a determinado fator que não é potencialmente nocivo, como mofo, pelos de animais, partículas de insetos ou ácaros, por exemplo. “Estes últimos costumam ser os principais vilões do inverno para os alérgicos, nas regiões em que as estações são bem definidas”, avisa o Dr. Marcelo Tayah, infectologista do Americas Serviços Médicos.
“Ao entrar em contato com o fator alérgeno, o sistema de defesa fabrica anticorpos batizados de imunoglobulina E. Eles, por sua vez, estimulam células chamadas mastócitos a liberar histamina — uma substância que provoca os sintomas típicos”, resume o médico.
Nos pacientes asmáticos, são os brônquios que inflamam e se estreitam, ocasionando a falta de ar e a tosse. Já no caso da rinite, o alvo do processo inflamatório é a mucosa do nariz, o que deflagra congestão nasal, espirros, produção de muco e, não raro, fadiga e mal-estar.
Para piorar, esses quadros propiciam a proliferação de micro-organismos, abrindo a guarda para doenças infecciosas, como sinusite e pneumonia.
Sinal amarelo: quando é preciso consultar um médico?
Crianças pequenas, idosos, pessoas imunodeprimidas e asmáticos graves devem ter atenção redobrada e buscar uma avaliação profissional o quanto antes, para descartar complicações.
No entanto, a população geral não precisa correr para o pronto-socorro diante dos primeiros sinais, pois pode se tratar de um quadro viral simples. “Se o indivíduo estiver com febre baixa, congestão nasal e começo de tosse, por exemplo, o especialista poderá prescrever um fluidificante para o nariz e um antitérmico. Aí, basta fazer repouso, ingerir bastante líquido, alimentar-se bem e aguardar a evolução do seu estado em 48 horas”, ensina o Dr. Tayah. Ele alerta, porém, que, diante da persistência dos sintomas, febre alta, mudança na coloração do catarro (que se torna amarelado ou esverdeado), prostração ou apatia, é necessário recorrer ao especialista imediatamente. O motivo é que esses podem ser indícios de um problema mais grave ou de infecção bacteriana, que requer tratamento com antibióticos prescritos pelo médico.
Pausa nas crises
É possível dar um tempo tanto nas infecções como nas alergias respiratórias. Basta adotar alguns cuidados de prevenção. Confira as orientações do Dr. Marcelo Tayah:
-Lave bem as mãos, especialmente ao chegar da rua, depois de usar o banheiro e antes de se alimentar. Essa medida de higiene previne cerca de 60% das infecções evitáveis.
-Tome vacina contra a gripe. Algumas pessoas também devem receber imunização contra pneumonia, como aquelas cujo baço foi extraído cirurgicamente (que tendem a apresentar maior fragilidade imunológica), além dos idosos.
-Mantenha os ambientes bem ventilados e as superfícies dos móveis limpas com um pano úmido.
-Em dias muito secos, recorra a um umidificador de ar (que deve ser desligado após curtos períodos de uso); Vale, também, colocar uma toalha úmida na cabeceira da cama ou uma bacia com água no quarto.
-Evite usar aquecedor nos dias de baixa umidade, pois ele resseca o ambiente. O mesmo se aplica ao ar condicionado, que, ainda por cima, compromete a circulação, mantendo poluentes e micróbios em suspensão.
-Faça inalação com soro fisiológico, sempre que julgar necessário, para fluidificar as vias aéreas.
-Tente se manter longe dos fatores que predispõem a alergias. Caso tenha dificuldade de identificar o gatilho, o médico poderá solicitar um teste simples, em que partículas dos alérgenos mais frequentes são injetadas na pele, para verificar quais delas desencadeiam uma reação.
-Se você é alérgico, considere abrir mão de carpete, cortinas, bichos de pelúcia no quarto das crianças e outros objetos que acumulem poeira, além de evitar contato com pelos de animais de estimação.
-Lembre-se de que produtos de limpeza, fumaça de cigarro, tinta, verniz, cera e certos perfumes irritam a mucosa respiratória, propiciando crises alérgicas.
-Lave agasalhos e cobertores antes de usá-los e seque-os ao ar livre.
-Caso os episódios de alergia continuem frequentes, converse com seu médico sobre a possibilidade de adotar medicamentos preventivos, como os da classe dos inibidores de leucotrieno, que diminuem a reatividade do organismos aos fatores alergênicos.
Rio de Janeiro, RJ (agosto de 2017) – De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 68% das crianças brasileiras são amamentadas na primeira hora de vida, 50% seguem mamando até completar o primeiro ano de idade e 25% são amamentadas até o segundo ano. Os dados colocam o país em posição de destaque em estudo recente publicado pela revista inglesa The Lancet – especializada na área da saúde –, que aponta o Brasil como um dos que mais vêm avançando em políticas de estímulo ao hábito de amamentar. Na Semana Mundial de Aleitamento Materno (de 1 a 7 de agosto), a médica Maria da Glória Neiva, diretora do Núcleo de Pediatria do Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, fala sobre a importância da prática.
“O leite materno é um alimento completo, pois é rico em sais minerais e contém todos os nutrientes fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê, além de ser melhor digerido do que os outros tipos de leite. Ele é capaz de suprir, sozinho, as necessidades nutricionais das crianças nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de proteínas, gorduras e vitaminas até o segundo ano de vida”, explica a médica, que enfatiza que, por possuir diversos fatores imunológicos que protegem contra infecções, nenhum outro alimento é tão eficaz para a saúde do bebê.
A especialista recorda a indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de alimentar os bebês exclusivamente com o leite humano e, somente depois de seis meses, oferecer nutrição sólida, como frutas e papinhas. “É de extrema importância que os pais recebam e as famílias sigam essa orientação, pois o leite materno traz numerosos ganhos, como a evolução do desenvolvimento motor e cognitivo. Sem falar que estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatites e de outros problemas, como a asma brônquica”, pontua.
A pediatra ressalta, ainda, que as crianças amamentadas costumam ter seu peso dobrado do nascimento até os seis meses de vida. “Se seu filho está ganhando peso adequadamente com o leite materno, então está recebendo nutrientes suficientes. É normal que ocorra uma perda de peso nos primeiros quatro dias após o nascimento. No entanto, o bebê vai recuperar o que perdeu em até 15 dias. O normal é que a criança ganhe, em média, 200 gramas a cada semana”, enfatiza.
Outra questão que a médica destaca é a falsa ideia de que a amamentação só é benéfica para os bebês. A especialista menciona um estudo publicado no American Journal of Obstetrics, que coloca a amamentação como protetor natural da mulher contra o desenvolvimento de síndromes metabólicas, como doenças cardíacas e diabetes, após a gravidez. “Outro benefício é o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho. Acreditamos que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, o ‘olho no olho’ e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos”, enfatiza.
Dicas rápidas da especialista:
– Não tenha receio de amamentar seu bebê exclusivamente com o leite materno até os seis meses. Todo leite materno é forte e adequado para o crescimento e o desenvolvimento do bebê;
– Ofereça o leite sempre que o bebê solicitar, independente do horário, pois é a melhor forma de mantê-lo bem nutrido. Quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá;
– Evite bicos, chupetas, chuquinhas ou mamadeiras. Todos esses produtos prejudicam a amamentação, podem causar infecções, prejudicar a fala e deformar a arcada dentária da criança;
– Não fique com dúvidas! Pergunte e siga a orientação do pediatra que acompanha o seu bebê.
Por: Dr. Carlos Augusto Figueiredo – Infectologista Pediátrico no Americas Medical City
A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa, causada por um vírus do gênero Flavivírus, sendo de caráter endêmico nas áreas de floresta tropical na América do Sul e em outros países. Tem dois ciclos epidemiológicos de transmissão distintos: o ciclo silvestre e o urbano, e, do ponto de vista etiológico e clínico, a doença se apresenta de forma semelhante. O agente transmissor da doença é o mosquito Haemagogus e Sabethes (forma silvestre) e o mosquito da dengue (Aedes aegypti), na forma urbana da doença. Não existe, desde 1942, relato de transmissão da forma urbana no Brasil.
Os macacos, assim como os humanos, são vítimas da doença, e não agentes transmissores. Eles apenas funcionam como reservatório do vírus, na forma silvestre da doença.
A melhor forma de prevenção da febre amarela é a eliminação dos focos de mosquito e a vacinação de pessoas suscetíveis. O estado do Rio de Janeiro está planejando uma vacinação em massa da população, após a ocorrência do óbito de um morador na zona rural da cidade de Casemiro de Abreu, além da ocorrência da doença em macacos desta mesma região. Apesar deste evento, a situação na cidade do Rio de Janeiro é de controle e não existe, até o momento, nenhum caso de doença em primatas não humanos (macacos) ou em humanos, no município. Portanto, não há motivo para pânico.
A vacina é segura e confere proteção de até 97% dos vacinados. Seu principal efeito adverso é a dor no local de aplicação, náuseas, mal-estar e dor de cabeça. Pode também ocorrer, em alguns casos, dores pelo corpo, febre e até um quadro semelhante à doença, mas isto é raro. Como muitas pessoas farão uso da vacina, espera-se encontrar um maior número de casos destes eventos adversos, o que não significa que a vacina não seja segura. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), basta uma dose para conferir imunidade para toda a vida; apesar disto, a recomendação oficial do Ministério da Saúde persiste no uso de duas doses durante a vida (até o momento), por motivos de segurança.
Apesar da segurança do produto, alguns indivíduos não devem fazer uso da vacina, como:
– Crianças com idade inferior a seis meses;
– Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicamentos;
– Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante;
– Pacientes que realizam transplante de órgão estando em uso de medicamentos imunossupressores;
– Pacientes que realizam transplante de medula óssea com tempo inferior a 24 meses;
– Pacientes em uso de corticoides (ex. prednisona) por mais de 14 dias, em doses elevadas (2 mg/kg/dia, nas crianças até 10kg, ou mais que 20mg/dia, nos adultos);
– Pacientes portadores do HIV com CD4 < 200 células/mm3. Acima desse valor, o paciente deverá ter uma avaliação médica para estabelecer o risco/benefício da vacina;
– Em pacientes oncológicos em vigência de quimioterapia, por até três meses após o seu encerramento, e/ou em radioterapia;
– Pacientes com relato de alergia a ovo e seus derivados;
– Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).
Indivíduos com idade superior a 60 anos, gestantes, crianças com idade entre 6 a 8 meses de idade e mulheres que estejam amamentando crianças com idade superior a seis meses serão vacinadas apenas após avaliação médica.
Nestes pacientes com contraindicação formal ao uso da vacina, deve-se reforçar ainda mais outras formas de prevenção, como medidas de controle ambiental (retirada de focos de mosquito no domicílio, evitar entrada em florestas, evitar ingressar em áreas sabidamente com casos da doença, uso de telas nas janelas) e individual (uso de roupas adequadas, uso de mosquiteiros, uso de repelentes aprovados pela ANVISA e aplicado conforme orientação do fabricante, principalmente nas crianças menores de 2 anos de idade).
*Em caso de dúvidas procure informações com seu médico, nos sites do Ministério da Saúde, da Secretaria da Saúde ou diretamente nos postos de saúde da sua cidade. Cuidado com as notícias difundidas na internet e em mídias sociais, elas habitualmente servem para desinformar a população e causar pânico.
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